quinta-feira, 13 de maio de 2021

*O PINTINHO FUJÃO

        



            *O Pintinho Fujão

A Galinha Cocoricó é uma mãe muito cuidadosa. Teve uma ninhada de nove filhos. Para onde ia levava seus filhotes, muita atenta, para que nenhum se perdesse.

Certa tarde, ao voltar para casa devido um breve descuido faltou um deles. Por essa razão foi batizado de Pintinho Fujão. A Cocoricó e o Galo Cantor ficaram preocupados e comunicaram a todos os amigos para procurar seu lindo filhote.

Andaram por todos os lados e nada encontraram. O Galo Cantor subiu numa árvore gritou alto. Os amigos acompanharam o canto e nada. Só restava esperar pelo destino e a sorte.

O Fujão foi andando e piando, passou algumas aventuras. Encontrou um coelhinho comendo cenoura. Posso comer, amigo? Estou com fome e perdido. Ah, é muito duro, não tenho dentes, só bico. Você sabe aonde eu moro? Me ensina. - Sei não respondeu o coelhinho.

Ele saiu triste e duas mãos o pegaram. Me solta, ou então me leva para minha mãe. – Não, vou lhe criar. O Fujão deu uma bicada saiu correndo, se escondeu num cantinho. Depois foi andando e se encontrou com uma borboleta.

Boa tarde borboleta linda, você se alimenta de folhas? Eu não, só farelo de milho e farelinhos que minha mãe cisca para mim. Estou com fome vou comer seus farelos de folhas caídos no chão. Você sabe aonde eu moro? Me leva! - Sei não e saiu voando.

Fujão pensou, não podemos nos separar de nossa mãe enquanto não soubermos nos conduzir na vida. Andando viu a tartaruga. - Senhora tartaruga a senhora come alface?  - Sim, é bom para saúde. - Vou bicar um pouquinho, posso? -  Sim. - Você me leva para casa? Mas é tão lenta!  - Não sei aonde é sua casa.

Mais uma desilusão e fujão continuou sua busca pelo caminho. Estava cansado, quando avistou um cachorro. - Ei cachorrinho, você conhece a minha mãe, a galinha Cocoricó?  - Não. - Estou perdido quero ir para casa.

 - Repouse um pouquinho depois continua na sua busca.

Que faço para encontrar meu caminho! Nem sei aonde estou, nem qual direção tomar. E foi andando quando avistou um bezerrinho. - Você se alimenta mamando bezerrinho! Eu não, é bicando os grãos. Cada animal com seu modo. Você vai me deixar em casa? - Não sei aonde você mora!

Esta escurecendo que faço? Andou mais alguns passinhos e viu a coruja no topo de uma árvore. - Boa tardinha, senhora Coruja, a senhora conhece minha mãe, a Cocoricó? - Não, lindo pintinho, mas amanhã lhe ajudo a procurar. Está bem? - Sim senhora, ficarei aqui para a senhora me ajudar.

Fujão estava sossegado quando viu uma raposa. E com sua inocência sem saber que raposas devoram galinhas. Ia se aproximando quando o gatinho esperto avisou: corre atrás de mim senão ela nos devora. Os dois se esconderam até passar o perigo. Passaram a noite escondidinhos

A essa altura seu Galo Cantor soube que o rei dos galos tinha um par de botas que anda 10 quilômetros em poucos segundos. Foi lá, conseguiu as botas e foi atrás do seu filhote.

Andou muito até que com notícia de um e de outro encontrou pela madrugada seu pintinho protegido pelo gatinho. Foi muita gratidão e alegria.

- Aprendeu a lição, filho, de que não pode se descuidar e se separar dos seus pais? - Sim pai, mas aprendi também que as verduras são excelentes alimentos, que há muita gente boa e ruim nesse mundo.  Amiguinhos e a mamãe fizeram uma festa de retorno, com música e tudo mais.

Sonia Nogueira

 

 

 

sábado, 11 de julho de 2020

O MESTRE JABOTI - II


O Mestre Jabuti -II

A menina Lalá gostava de passear na floresta e conversava com os animais, mas tinha imensa amizade e admiração pelo Mestre Jabuti.

Certa vez convidou alguns animais para fazer o aniversário do Mestra Jabuti.

- De que ele se alimenta? Indagou o cãozinho Half. - De frutas, banana, maçã, pêssego uva; de couve, alface, espinafre.

- Tem que convidá-lo uma semana antes, afirmou a lebre, lesada como ela é.

- Cada ser tem uma natureza, como a natureza fez, coelhinha. Ela é responsável e cumprirá com o convite, viu coelhinha, Ligeira.

Foram na floresta encontraram os alimentos, limparam embaixo de uma árvore frondosa, ensaiaram poesias e cantos. Meia hora de atraso. De repente o mestre jabuti, alinhado que só vendo. Passou na loja da amiga Jabota, dona de uma boutique masculina, comprou paletó, chapéu, até umas botas rápidas para chegar sem atraso. Foi recebido com palmas e recitou essa quadra: Agradeço a amiga Lalá? Pela lembrança do dia/ Aos amigos aqui, oxalá? Muita luz e alegria.

- Quantos anos você tem?

 - Conte as linhas formadas na minha carapaça e saberá. Vamos nos divertir!

                                   Sonia Nogueira

 


sexta-feira, 20 de março de 2020

*O MESTRE JABUTI






 O Mestre Jabuti  

O Mestre Jabuti, mesmo com sua lentidão nunca faltou as aulas que ministrava duas vezes por semana. Ele ensinava Justiça e Ética.
 Nunca use o que não é seu. O ratinho se encolheu todo, vou morrer de fome, não sei trabalhar. O trabalho dignifica os animais.
 Sou uma indigna eu não trabalho, só canto, pensou a cigarra.
 Não agrida com mordidas. Uai, tenho que soltar meu veneno em alguém para minha defesa, pensou a cobra.
 Não devore os filhotes, mesmo ainda nos ovos. Mas é o meu alimento, matutou o cão selvagem, a jabota abandona os filhotes não cuida deles.
- Sabe Mestre Jabuti, o senhor deveria ensinar defesa pessoal. A natureza já nos fez assim, consumindo uns aos outros pela sobrevivência. O elefante veio com sua força derrubou a escola do jabuti. Poucos sobreviveram. O Mestre Jabuti com seu casco resistente saiu salva e pensou. A natureza me faz assim.

Sonia Nogueira


Texto postado na coletânea, As Aventuras do Mestre Jabuti, 
organizada pelo escritor Luciano Dídimo

domingo, 8 de dezembro de 2019

A CURA DA IARA


A Cura da Iara
 
             - Lala eu sei a história da índia Iara
- Atenção, ouvidos atentos, depois vamos desenhar a história.
- Iara era uma indiazinha adotada, feinha e tímida.                     
- Às vezes nem é feia, nosso rosto tem um modelo diferente e achamos o modelo
 dos outros rostos feios, não é mesmo, crianças?
 
- Sabe que é verdade!
- Então, a Iara era discriminada porque era índia, os colegas não queriam 
amizade com ela. Nem abria a boca para lê com medo de ser vaiada.                                             
A professora insistia.
- Vamos Iara, leia, seus colegas querem ouvir. Mas a menina continuava muda e
 sem amizade.
Na sala, porém, havia um menino, que gostava da indiazinha, mas nunca falava 
com ela por medo de magoá-la. Quando gostamos não magoamos ninguém. 
No dia da festa da criança haveria leitura de poemas e músicas, as crianças 
deveriam d´r o nome para organizar a festa.
Neste dia a Iara estava tão prontinha que fazia gosto. O menino que gostava
 dela chegou um pouco tímido e disse: 
 
- Gosto muito de você, e lhe acho bonita, quero ser seu amigo.
O sorriso da menina foi tão grande que os olhos se encheram de lágrimas.
Basta uma palavra, ás vezes para a felicidade entrar na nossa vida.
Iara criou um poema, declamou no dia da festa e ainda cantou uma canção 
indígena, aprendeu ainda pequenina, na sua aldeia.
 
Somos todos iguais
Mesmo assim diferentes
Gosto de vocês, e mais,
Hoje estou muito contente.
 
Meu amigo me deu força
Confiança e alegria
Quero amigos que torça
Para unir amigos todo dia.
 
Todas as raças e credos
Amigos sempre ajudando
Sorriso, abraço sem cor,
Um mundo de paz e amor.
                                               
Os aplausos foram muitos para Iara, menina inteligente e voz linda como 
o canto da Iara. 
- Viram crianças, os amigos são assim se conquistam e quando ficam confiantes
 também retribuem com o mesmo afeto.
 
Sonia Nogueira

quinta-feira, 4 de julho de 2019

*UM CONTO DE FADAS



*Um conto de Fadas

Foi um dia na escola
Escola pobre do bairro
Pôs o livro na sacola
Boneca só as de barro.

A professora na sala
Contava história de fada
A menina ali sonhava
O livro velho folheava.

Sonhava com as letrinhas
Queria lê o mais rápido
Para contar historinhas
No domingo ou no sábado.

As letrinhas dançavam
Veio às sílabas a bailar
As frases já deslizavam
Na boca o alfabetizar.

Onde encontrar os livros?
Das fadas e das princesas!
Foi no lixão dos humildes
Que encontrou as tristezas.

O livro rolava ao vento
Chorando do seu mau trato
A menina viu no relento
E guardou como um retrato.

Mirou a princesa loura
Sentiu-se tal qual a lenda
Dormiu com o livro no peito
Sonhado que era a outra.

Toda noite o sonho vinha
Com esperança de vida
Ser alguém e sempre tinha
A esperança bem-vinda

Quem sabe um dia qualquer
Encontre um sapo príncipe
E faça o mundo crescer
Nas letras, o amor, o saber.

Sonia Nogueira


sexta-feira, 29 de julho de 2016

*O TATU BIGODE


O Tatu Bigode  (até sete anos)
              Sonia Nogueira

O tatu Bigode gostava muito de desenhar. Queria fazer um barquinho para atravessar o rio, mas sentia dificuldade ao traçar o modelo do desenho. Ele fez um risco reto e não sabia mais o que fazer. Ficou pensando, pensando e foi pedir ajuda dos seus amiguinhos animais.

sábado, 31 de janeiro de 2015

*A CIGARRA E A ABELHA



A  Cigarra e a Abelha

A rainha mãe das abelhas ouviu a cigarra cantar, olhou para o alto e comentou: Você canta, canta... Vá trabalhar cigarra preguiçosa. Vive só de cantar?
Não gosta de música senhora matriarca? A música é arte, poesia e encanto.
E você, formiga, trabalha, trabalha, alimenta-se e morre... Reflita e pense: qual de nós é mais feliz?